Esta arte me escolheu, nasci na “roça”,
filho de analfabetos.
Fui morar na cidade de Barreiras-BA, quando tinha 3 anos de idade. Por volta dos 8 anos comecei a trabalhar para
ajudar em casa, lembro que nem conhecia dinheiro.
E cresci no bairro Vila Brasil, o mais
perigoso da cidade e vi pessoas drogadas, outras sendo mortas por motivos
banais, e perdi meu pai quando tinha 10 anos de idade (acidente de carro) era eu
e mais 7 irmãos para ajudar minha mãe criar as crianças menores.
Cresci
na Vila Brasil
Conhecendo
a malandragem.
Alguns
amigos se foram,
Outros
estão de passagem
E
eu continuo firme e forte
“Por
não gostar da viagem”.
Meus amigos quase todos envolvidos com
drogas, roubos etc...
até mesmo os que trabalhavam comigo
praticavam essa ações.
Tudo isso eu sobrevivi, graças a Deus,
minha mãe que sempre me alertou e a arte, pois muitas noites enquanto alguns amigos
se drogavam eu me juntava com a turma do bem para ler cordel, durante o dia lia, e a noite recitava, bom era aquele que decorasse mais estrofes, anos depois eu
fazia meus primeiros rascunhos com o sonho de me tornar cordelista.
Hoje eu me sinto realizado claro, que
ainda falta muito mas, já posso contar vitória.
A turma do cordel era formada por: Gilmar Bocão, Elhão, Valdemir, Hemes, Dudu, Wanderson, Fernadinho, Beto, e eu que na época era conhecido por Zequinha. Desses citados só Valdemir e eu nos tornamos cordelistas.